Austrália: o que você precisa saber antes de ir
Texto e fotos por: Juliane Faria
Estive a trabalho por pouco mais de um mês em Mackay, no estado de Queensland, Austrália. A região de Mackay, apesar de não ser muito conhecida por turistas brasileiros, é cheia de atrações turísticas e bastante visitada por australianos. Entre as cidades mais conhecidas estão Proserpine, Townsville e a região de Airlie Beach. Neste período consegui conhecer um pouco mais sobre o país e por isso reuni algumas informações para quem tem a Austrália como destino ou na sua lista de desejos.
Visto e imigração
O visto de turismo australiano para brasileiros pode ser solicitado através da internet e pode demorar até 15 dias úteis para ser emitido, por isso é bom não deixar para o último minuto. Em 2017, houve mudanças nas exigências para a solicitação de vistos para entrada na Austrália e por isso é preciso ficar atento e consultar o site do consulado para mais informações. Outra coisa muito importante também é ficar de olho nas vacinas exigidas pelo país. A Austrália obriga que seus visitantes possuam a vacina de febre amarela para adentrarem ao território australiano.
A entrada no país é bem tranquila, o visto australiano é eletrônico e por isso não é preciso apresentar nada além do passaporte ao oficial da imigração. O ideal também é tirar o visto neozelandês. Muitos turistas aproveitam para visitar a Nova Zelândia, que fica ali pertinho, portanto já ter os dois vistos é a melhor escolha para quem vai para a Austrália. Os oficiais costumam ser bem educados e não fazem muitas perguntas, mas existem restrições quanto a entrada no país com legumes, verduras ou frutas e eles são rígidos quanto a isso – após passar pela imigração, outro oficial recolhe a declaração de entrada no país e te pergunta se você possui alguns destes itens na sua bagagem, caso você tenha uma frutinha, por exemplo, na sua bagagem de mão, e ela for identificada no raio x, você corre o risco de pagar uma multa alta por isso. Então lembre-se de não entrar com estes produtos no país.
Leia também: A vida na Nova Zelândia
Fuso Horário
A diferença de horário com o Brasil varia de acordo com a cidade que você está pensando em ir mas pode chegar a 13 horas à frente do horário de Brasília. Você pode demorar vários dias para se ajustar ao novo horário e por isso viagens curtas podem ser mais cansativas do que se imagina. Normalmente me adapto fácil, mas demorei cerca de 10 dias para me ajustar completamente. Além disso, a viagem até a Austrália pode ser bem cansativa dependendo da rota. Então, leve em conta o tempo de voo e o fuso para planejar os primeiros dias já que é provável que não sejam tão produtivos quanto você gostaria.
Voos para a Austrália
Para viajar pra a Austrália você precisa se preparar, tanto com a quantidade de dias, pois para chegar lá a viagem dura no total 3 dias, quanto pelo tempo em cada conexão. Geralmente o trajeto é feito por 3 rotas diferentes saindo do Brasil:
- escala em Santiago ou em Buenos Aires (a rota mais rápida considerando a saída do Brasil);
- escala em Dubai, feita pela Emirates;
- escala em Joanesburgo.
Lembrando que, dependendo de onde você fizer conexão, é importante se atentar ao visto do país de parada.
Veja alguns voos disponíveis para Sydney:
GRU
São Paulo
Se locomovendo pelo país
Circular pelo país pode ser uma aventura devido à extensão do seu território e muitas horas de vôos podem ser exigidas dependendo do seu roteiro. O que irá definir o melhor meio de transporte para o seu roteiro é a questão roteiro X tempo X gastos. Se você tem tempo e quer economizar, o transporte terrestre poderá ser uma boa escolha, você pode conhecer lugares menos turísticos e ainda assim incríveis! Mas se você precisa percorrer uma grande distância em um curto período precisará fazer trechos aéreos e, neste caso, o custo aumenta.
Um exemplo simples é sair de Sydney com destino a Melbourne, dois destinos muito procurado pelos turistas. O voo entre as cidades dura aproximadamente 3 horas, o que significa que o mesmo trajeto de trem pode durar quase 11 horas ou mais de 12 horas de ônibus. Há ainda possibilidade de alugar um carro, o que nos dá mais independência nos roteiros. Ao escolher esta opção, fique ciente que acidentes com cangurus nas rodovias são muito comuns pois eles ficam mais ativos ao nascer e pôr do sol.
Considere viajar fora destes horários para garantir sua segurança. Falando em meios de transporte, lembre-se que na Austrália é preciso se atentar à mão inglesa. No início é preciso cuidado até mesmo para atravessar as ruas e garantir que estamos olhando para o lado certo. Parece bobagem, mas um local com poucos pedestres ou pouco movimento de carros pode fazer você se esquecer deste detalhe. Mas não se preocupe, um pouco de treino e você já estará andando e dirigindo tranquilamente por aí.
Para ajudar a planejar seu roteiro e orçamento, indico o site Rome2rio. Nele você coloca a cidade de partida e de chegada e ele te mostra as diferentes formas de transporte e seus valores aproximados, além de te levar direto ao site das companhias para comprar passagens, ou seja, não há taxas extras.
Onde Se Hospedar
Isso vai depender muito de onde você pretende ficar enquanto estiver pela Austrália. Abaixo você confere algumas opções recomendadas pelo Booking.com, que também é parceiro do Livre Embarque. Mas você pode escolher qual cidade vai se hospedar e verificar os melhores preços:
Moeda e compras
A moeda local é o dólar australiano e, apesar deste possuir um câmbio mais baixo que o dólar americano, é bom se planejar pois em geral a Austrália tem um custo bem alto. É importante se organizar listando o que deseja fazer e visitar, e se possível manter uma planilha de gastos, para não extrapolar o orçamento da viagem.
Outra coisa que notei na região (e depois confirmei com uma amiga que havia morado em Perth) é que os estabelecimentos comerciais fecham muito cedo quando comparados aos padrões brasileiros. Ao lado do hotel onde eu estava hospedada existe um shopping e as lojas fechavam às 17h, com exceção da quintas-feiras que fecham às 21h, já os supermercados fecham às 21h todos os dias. Mesmo os restaurantes não ficam abertos até muito tarde, então é sempre bom estar atento, ainda mais quando se está acostumado com as grandes capitais brasileiras que têm opções variadas em diferentes horários, pois você pode chegar no hotel/hostel com fome depois de um dia andando por aí e poderá ter um pouco de trabalho para encontrar um lugar aberto para comer.
Veja também o post: Como planejar sua viagem
Alimentação
Não espere comidas típicas da Austrália. Por ter sido colonizada pela Inglaterra, a influência na comida é grande, então Fish&Chips é bem comum nos cardápios. Mas a boa notícia é que os amantes de cozinha asiática não vão ter problemas. Por ser um país com uma grande quantidade de imigrantes asiáticos, é possível encontrar restaurantes chineses, tailandeses, indianos e muitos outros – mas atenção antes de fazer o pedido se você não curte pimenta. Se quiser curtir os “sabores da Austrália”, vá até um supermercado e não será difícil encontrar produtos produzidos no país, como um preço muito mais acessível que os importados.
Se você, assim como eu, gosta de provar sabores exóticos, aproveite para buscar restaurantes que sirvam carnes de canguru, crocodilo e outros. Não são pratos comuns, por isso dê uma pesquisada onde você poderá encontra-los.
Prato com carne de canguru em Mackay.
Idioma
Para quem quer treinar o inglês, se prepare para ouvir muitas variações com diferentes sotaques. Até pouco tempo a Austrália era aberta a trabalhadores estrangeiros e por isso há muitas pessoas vindas principalmente da Índia e do Oriente Médio. Além disso, o próprio inglês australiano pode ser mais complicado até para quem tem os ouvidos mais treinados. Mas não desanime, tudo é uma questão de adaptação.
Além disso, a Austrália é um dos destinos mais procurados para quem procura fazer intercâmbio. Se este é o seu caso, vale a pena clicar aqui e saber tudo sobre intercâmbio!
Acesso à internet
Se você vai para a Austrália à trabalho, como eu, poderá ter alguns problemas com a internet. Diferente do que acontece Nos EUA e na Europa, poucos estabelecimentos possuem rede de wi-fi disponível para os clientes e a conexão pode ser extremamente lenta – tive problemas inclusive no hotel onde estava hospedada. Por isso, pesquisei e achei que, no meu caso, valeria a pena comprar um chip pré-pago que podem encontrados facilmente em lojas de telefonia e os preços variam de acordo com o plano que você escolhe. Se você não tem necessidade de estar conectado o tempo inteiro, utilize a internet do hotel e economize alguns dólares. Mas se você precisa da internet, recomendo o Easysim4U que também é parceiro do blog e possui planos super acessíveis para você sair do Brasil com ele funcionando!
No próximo post vou contar como encontrei cangurus selvagens, mostro as praias que visitei (com avisos de águas-vivas e crocodilos!) e falo de uma cidadezinha litorânea pouco conhecida pelos brasileiros mas que tem uma das praias mais lindas da Austrália.
Juliane Faria
Viaja desde que se entende por gente, mas se apaixonou mesmo pelo mundo depois de uma viagem sozinha pela Europa em 2011. Já pisou em 4 continentes e 28 países mas pretende chegar aos 30 ainda em 2018! A paixão pelo mundo já deixou marcas em forma de tatuagem, amizades espalhadas pelo mundo e uma lista de cidades-desejo que só aumenta. Instagram: @juefaria
