Visita à Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro

Voltei ao Rio de Janeiro e dessa vez fiz passeios fora do comum! Carol e Otavio do blog Viajar Correndo (acessem!) me convidaram para conhecer a belíssima Ilha Fiscal, que eu já queria conhecer há muito tempo simplesmente porque amo história e arquitetura antiga! Portanto lá fomos nós numa manhã de sexta feira super ensolarada conhecer a ilha que marcou o fim da monarquia.

Como garantir o ingresso e chegar na Ilha

Fomos direto para o posto da Marinha, logo cedo, lá na Praça XV para conseguir os ingressos. Se você tem interesse, é melhor de fato chegar cedo, o passeio é concorrido! Escolhemos o de 12:30. É possível fazer o passeio de quinta à domingo, às 12h30, 14h e 15h30. Para quem gosta de história, o passeio é imprescindível. Leve dinheiro trocado para pagar a entrada, eles não aceitam cartões (inteira: R$30; meia: R$15). Para chegar lá, fomos de escuna através da belíssima Baía de Guanabara.

A visita à Ilha Fiscal e sua história

A Ilha Fiscal é aquele pontinho verde em plena Baía de Guanabara que possui um castelo simpático. Ela era inicialmente posto de fiscalização alfandegário para controlar o acesso de barcos na baía e na costa. Houve um concurso para transformar a ilha e sua construção começou em novembro de 1881, e até então ela chamava ilha dos ratos (pois os ratos vinham da ilha das cobras – ali do lado – e tomaram conta da ilha na época). Na primeira fase de transformação, Dom Pedro II visitou a ilha na época e ficou admirado com a beleza que a rodeava e a definiu como um ‘belo estojo, delicado, digno de uma brilhante jóia’, essa frase marcou e consta em vários livros, a partir disso o engenheiro responsável pela transformação utilizou a frase de Dom Pedro e iniciou pesquisas para transformar a ilha em algo muito maior e marcante. Ele baseou no estilo gótico para construir o castelo que hoje ocupa a Ilha Fiscal.

Com arcos, portões, escadas em caracol, vitrais e torres, a Ilha Fiscal se torna imponente. Todo construído em pedra, o castelo possui trabalhos feitos inclusive à mão, com encaixe de cola baseada em óleo de baleia, conchas recolhidas da praia e areia lavada do rio que criaram uma argamassa que substituiu o cimento. Demoraram 7 anos e meio para construir e inicialmente o local se tornou repartição pública, inaugurado em 27 de abril. Possuía acomodações para os funcionários que ali trabalhavam e que fiscalizavam a baía.

Em 9 de novembro de 1898 finalmente tivemos o famoso último baile da monarquia na Ilha Fiscal. Último pois 6 dias depois o Brasil se tornou República. Mas na Ilha Fiscal mesmo não era comum ter bailes lá, apesar de sempre pensarem o contrário.

O baile contou com 2 mil pessoas, abrigadas em 6 salas, 3 de um lado e 3 de outro. Na verdade, o baile aconteceu por toda a ilha, pois dentro do castelo não cabia todo mundo. Inclusive a banda que animou a festa também não ficou lá dentro, permanecendo do lado de fora estrategicamente posicionados para os frequentadores do baile apreciarem a música de forma completa. Uma semana depois, a festa caía por terra (ou por água abaixo) e a República assumia o comando do país. Veja o detalhe do quadro pintado representando o último baile da Monarquia e logo na parte superior a chegada da República.

Todas essas informações foram recolhidas a partir da visita guiada que fizemos no finzinho de março à Ilha, saindo do Centro Cultural da Marinha na Praça XV.

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