Cafayate, Salta e outras províncias: conhecendo o norte da Argentina

Texto por Laura Pasquini

Embarcar no dia 31 de dezembro, pra um outro país parece ser loucura. Ainda mais quando você decidiu viajar apenas um mês antes. Foi assim que eu fechei 2017: entrando no avião pra Argentina.

A vontade de ir visitar um dos nossos vizinhos vem dentro de mim desde que eu terminei a faculdade e inventei de querer fazer um curso de maquiagem lá. O curso não rolou, mas o desejo de ir pra lá ficou. A viagem foi decidida em cima da hora depois que eu e minha irmã percebemos que ambas não iriamos viajar para nenhum lugar na virada do ano. Corremos contra o tempo buscando por passagens, hotéis, e decidir aonde queríamos ir.

Ficamos 17 dias na Argentina. Os primeiros 5 dias em Buenos Aires, aproveitando o lado urbano do país, depois 10 dias na cidade de Salta, fazendo tours pelas províncias das Quebradas, voltando pra Buenos Aires por mais dois dias para pegarmos o avião de volta para o Brasil. Então vamos lá, bora contar tudo!

Buenos Aires

A primeira coisa que surpreende em Buenos Aires é em como a arquitetura é maravilhosa. Para quem mora em São Paulo, e já andou pela região do centro, sabe o como uma arquitetura colonial é charmosa. A diferença é que os argentinos cuidam mesmo das suas construções. Tudo é velho, mas é novo, e é lindo.

Confira alguns voos para chegar em Buenos Aires:

No começo você acha que ta em São Paulo mesmo, mas falando em espanhol ao invés de português. Aliás, a maioria dos bairros de BA, como apelidamos carinhosamente, podem ser comparados aos bairros daqui de Sampa. A segunda coisa que surpreende é em como fomos enganadas. Sim! Porque os argentinos são super simpáticos! Fomos bem atendidas em todos os lugares, até quando perguntávamos por direção no meio da rua com nosso portunhol fajuto. Sempre ouvi pessoal falando em como os argentinos tratavam brasileiros horrorosamente, mas acho que isso é a rixa do futebol falando mais alto…

O metrô é maravilhoso. Quer saber o por que? Tem Free Wifi, e é bom!  Melhor que do hotel, e eu não estou exagerando. Adorava quando a gente ia pra um bairro que tinha que ir de metrô, eu aproveitava pra me atualizar de tudo.

Mas eu vacilei pois devia ter garantido a internet por todo o período. Pra quem não quer passar por isso de esperar ter o wifi ou chegar no hotel pra acessar a internet, dá pra garantir um chip internacional por um preço bacana antes mesmo da viagem, com a Easysim4u, que oferece chips já habilitados pra ligação internacional e pra ter internet onde você estiver. Veja no banner abaixo os planos disponíveis:

Andando por Buenos Aires

O único problema é que nem todas as estações do metrô tem ligação pros dois sentidos, ou seja, se você passava da estação que era pra descer, e tinha que voltar, as vezes você tinha que pagar outra passagem pra poder voltar. Pra isso não acontecer a gente tinha que esperar chegar na estação que tinha acesso a outras linhas pra poder atravessar a plataforma no sentindo inverso para voltar. Ou a gente podia não se perder, mas quem nunca?

Ainda falando do metrô, todas as estações tem um estilo retrozinho, da pra tirar altas fotos lá! Mas elas são bem quentes também, e abafadas, então o ideal é andar com água sempre! Durante nossos dias em BA a gente aproveitou bem os museus (sendo o meu preferido o da Belas Artes, enlouqueci com as esculturas de lá!) e as casas históricas, e muitas das atrações eram gratuitas, então dava pra aproveitar bem.

Sempre bom também contar com o conforto e a segurança de alugar um carro, se você souber dirigir. Além de ser prático, é mais seguro e te leva a distâncias muito maiores e de forma mais rápida enquanto se viaja sozinha. Para alugar carros, o Livre Embarque recomenda a Rentcars, pois além de ser parceira do blog, oferece uma ampla gama de opções onde você pode comparar valores de alugueis de carro, te mostrando as melhores opções dentro do que você precisa.

A gente também fez questão de aproveitar os bairros, só passear mesmo pela rua e apreciar o lugar. Se você está curioso pra onde ir vou comentar alguns bairros:

  • Ficamos hospedadas em San Telmo, lá tem uma feirinha de artesanato e é bem perto da avenida quem tem o Obelisco, ou seja, é bem perto de um centrinho com restaurantes e lojas;
  • Em Puerto Madero você encontra vários restaurantes (caros) e a Puente de la Mujer, assim como algumas galerias de arte;
  • O bairro da Recoleta também tem alguns museus e o cemitério que todo mundo fala que é pra ir (mesmo que a gótica aqui não foi…);
  • No bairro do Retiro você encontra a livraria do Ateneo, a mais linda do mundo. Ela foi construída dentro de um teatro, e é maravilhosa. Para booknerds como eu, era o paraíso;
  • Palermo é um bairro gigantesco que tem um monte de museus pra ir visitar e mais alguns parques, tomem cuidado porque o sol de lá é forte e eu me queimei horrores lá;
  • La boca, não pode ficar de fora visitar o Caminito. As casas de lá são todas coloridas e se você tiver sorte, tem tango na rua! Tem também o estádio lá, mas não fizemos questão de ir conhecer.

O legal de BA é que o próprio hotel te da um mapa dos pontos turísticos pra ir visitar, e da pra fazer muita coisa em poucos dias! Dá pra também encontrar muitos brasileiros lá, e é muito fácil de achar, é só ver um grupo de pessoas que ta falando alto, e pronto, ta de volta com os conterrâneos.

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Salta

Enquanto BA é urbana, Salta é uma cidade pequena (grande) que pra quem está acostumado em cidade se assusta em ver. A cidade fica ao norte da Argentina, que conecta as províncias das Quebradas.

Por mais que a cidade parece não ter nada, você está muito enganado! De novo, o atendimento lá é excelente, o pessoal do nosso hotel era super amor e fazia tudo, mesmo quando não pedíamos! A comida então, maravilhosa, me acabei nas empanadas no Pátio das Empanados! Já está batendo saudades. E a cidade não para! As praças centrais são o point da cidade, e o pessoal fica até 22/23h lá aproveitando. E quando eu falo pessoal, eu quero dizer famílias inteiras com crianças, adolescentes, velhinhos, e óbvio, nós turistas! Aliás, dica: ficar mais perto do centro fica mais fácil pra degustar a cidade!

A praça é rodeada por bares e restaurantes. Na praça em si há várias performances de dança e música, e é muito legal de ver, pois as danças são nativas da região. Quem quiser aproveitar a noite, na rua Balcare há vários bares e penhas. As penhas são bares com música e danças ao vivo, e é muito legal. Boa parte das danças que eu vi na penha que fomos, eu tinha visto na praça, mas foi bem gostosa a experiência.

Ah e se prepara, o povo adora jantar lá pelas 22h da noite, mas não se aveche, os restaurantes vão te atender normal em qualquer horário. Por mais que a cidade seja agitada, quase todos param pra fazer Siesta, que é um cochilo pós almoço. Então o comércio fecha e volta la pelas 16h/17h, e vai até o fim da noite.

Em Salta também fica o Museu de Arqueologia de Alta Montanha, aonde estão expostas as múmias mais bem conservadas do mundo! São três múmias de crianças incas, a Donzela, a Menina do Raio, e o Menino, que foram sacrificadas e enterradas no alto da montanha, cuja a neve as conservou PERFEITAMENTE (caps lock porque é chocante ver!). A apresentação das múmias é feita um rodízio de 6 meses, ou seja, cada múmia fica exposta por esse tempo, depois eles colocam outra. O museu é pago e vale a pena! Estudantes pagam meia, só mostrar a carteirinha.

Na cidade também há uma feira de artesanato, e ela é mais afastada da cidade mas da pra encontrar vários souvenirs lá. E ainda, há um teleférico que da pra ver a cidade inteira na panorâmica. Da uma aflição subir, então pra quem tem medo de altura há o acesso para o parque (aonde tem a vista da cidade) a pé ou de carro. A gente subiu pelo teleférico, almoçamos no parque e descemos pela trilha (um monte de escada no “meio do mato”, então vão preparados).

Também é possível se hospedar por lá através do booking! veja abaixo:



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Quebradas

Voltando a idéia inicial da viagem, a gente queria ir de carro pras Quebradas também, mas como eu e minha irmã queríamos fazer o passeio do trem das nuvens (que é caro), optamos por contratar um pacote de tours porque ficava mais barato. Aliás, negociar com as agências da própria cidade (antes da viagem ou até mesmo quando chegar) fica muito mais barato do que comprar os pacotes online que a gente encontra.

Todos os nossos tours saíam de Salta e nos deixavam de volta na cidade de noite. Uma opção do tour é em permanecer no povoado durante a noite e voltar depois com outro tour em outro dia, mas nós preferimos voltar sempre pra Salta.

Nosso primeiro tour foi o Tren de las Nubens, que é um trem que percorre uma das ferrovias mais antigas construídas da Argentina, na altitude de 4200 metros acima do nível do mar. O tour sai mega cedo na cidade de Salta, e a gente vai de ônibus subindo a Quebrada (montanha), parando em todos os pontos turísticos, que são belíssimos e não há palavras para descrever. A gente também para em alguns vilarejos para comer. Em todas essas paradas há muitos locais vendendo artesanato e meu conselho é: quanto mais alto você está (em altitude) mais barato o artesanato é. Você até encontra a mesma coisa em outras povoados, mas o preço muda.

O trem em si é surreal, estar andando no meio de uma ferrovia entre duas montanhas vendo toda a paisagem. Uma pena que eu passei mal com a altitude, tive uma crise de enxaqueca. A minha ida foi perfeita, mas a volta eu tive que ir dormindo, pois nem o remédio fazia efeito. A sorte é que o caminho de ida não era diferente do de volta.

A dica que eu dou é em comprar a folha de coca. Ela é vendida no local do tour mesmo (tipo um camelô) ou em alguns dos vilarejos. E você pode misturar as folhas no seu matte ou água, ou colocar alguns folhas na sua bochecha e deixar ela fazendo o efeito. Tem um gostinho de chá, não é tão ruim quanto falam. Só uma curiosidade engraçada, é ilegal você vender a folhas de coca, mas não é consumir, então você nunca vai encontrar em farmácias ou supermercados. É mais fácil perguntar pro pessoal local aonde comprar.

Nosso segundo tour fomos para as Salinas Grandes. Esse tour fomos com o pessoal da agência em uma van (o trem é um passeio a parte, mas compramos pela agência sem problemas). Nós fomos por uma trilha na serra, vendo a vegetação e animais até “virarmos” e a serra se tornar um deserto, por isso a palavra Quebrada. Mais uma vez fomos parando em um monte pontos turísticos, e povoados. Chegamos em um ponto a mais de 4000 metros de altitude para depois descermos para as Salinas. A Salinas é um mar branco de sal, que da pra tirar um monte de fotos com ilusão óptica. Só cuidado porque o branco reflete o sol e queima a pele pra caramba. E cuidado pra não sair correndo porque a altitude é a mais de 3000 metros acima do nível do mar, então você cansa mais rápido.

Cafayate, Salta e outras províncias: conhecendo o norte da Argentina
Cafayate, Salta e outras províncias: conhecendo o norte da Argentina

Na volta fizemos uma paradinha em Purmamarca para almoçar, conhecer o povoado, ver a feirinha de artesanato que fica no centro da cidade, e tirar fotos do Cerro de Sete Cores. No caminho também vimos várias llamas, pena que eu não podia roubar nenhuma pra mim 🙁 Nosso terceiro tour fomos para Humahuaca, aonde tem a melhor empanada do mundo meu deus, morri.

Tirando o drama, o povoado é um pouco maior que o Purmamarca, mas eles são bem parecidos: na praça central da cidade há a feira de artesanato e comércio. E subindo as escadas (gigantes) das praça você chega em uma vista panorâmica da Quebrada que é de cair o queixo.

No caminho paramos em Tilcara que é um sítio arqueológico de uma cidade dos andes. Há também o parque dos cactos, mas ver como eram as construções do andes foi surreal. Pena que ficamos pouco tempo em Tilcara, o povoado em si vale ficar mais tempo pra conhecer, nós só vamos na parte dos parques.

Em uma das nossas paradas eu finalmente vi as Llamas de perto e consegui tirar várias fotinhos com os novos amigos. Um curiosidade é que os machos são mais abertos a deixarem mulheres tocarem neles, enquanto as fêmeas os homens. E nenhuma delas cuspiu na gente, infelizmente.

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Nosso quarto tour fomos para Cachi, aonde fica o parque nacional Los Cardones, que é um parque nacional com CENTENAS de cactos. Nesse parque é preciso tomar muito cuidado e andar na trilha, pois os cactos mais novos são tão pequenos que não são tão visíveis, e para não machucar-los é necessário seguir as marcações. O clima é bem de deserto mesmo, e eu me senti em um dos episódios dos Looney Tunes. Em Cachi aproveitamos o artesanato e comida local. Lá há também um museu de arqueologia que vale muita a pena conferir. Aliás, todos os museus de arqueologia, porque eles tem muitas coisas dos incas e andes. É incrível!

Nosso quinto e último tour fomos para Cafayate, ou melhor em minha lembrança com aonde eu bebi o único vinho que me deixou bêbada. Tanto Cafayate como Cachi são povoados que são para o sul de Salta (os outros todos pro norte no sentido da fronteira), então os povoados tem um estilo diferentes, eles parecem mais cidades do interior do que povoados indígenas nacionais. Enfim, voltando. Em Cayate há várias bodegas de vinhos de altitude que possuem um percentual maior de álcool, rodando os 20%. No nosso pacote a visita já estava incluída sem cobranças adicionais. E eu, me acabei, de estômago vazio, nos vinhos. E eu fiquei bêbada, mas foi muito bom.

No caminho para o povoado nós paramos no “El Anfiteatro” que é uma formação geológica linda, com um eco bem forte. Há vários músicos locais que vão pra lá se apresentarem por conta do acústico. Lembram de dar uma gorjetinha pra eles! Também paramos na “La Gargante del Diablo” outra formação geológica. Muitos se aventuraram em escalar a formação, mas eu, sendo um desastre, não fui uma delas.

Cafayate, Salta e outras províncias: conhecendo o norte da Argentina

O que eu achei mais legal de ter comprado os tours foi a interação com os nossos guias. Eles sabiam muita coisa e nos explicavam tudo! Dá pra aproveitar o passeio só olhando as paisagens? Dá. Mas como a nerd que eu sou, eu achei muito mais legal saber que os cactos mais altos tem normalmente 600 anos e é proibido cortá-los para usar a madeira antes deles falecerem naturalmente.

E é isso gente, uma última dica é que o clima vária muito. Quanto mais alta a quebrada, mais frio é. E em um mesmo dia você passar calor e frio. Então levem roupas que dê pra tirar! E uma jaqueta corta vento. Salva a vida isso. Também levem muita água, pois a altitude requer bastante.

Ah, e quem for durante dezembro-março, se preparem, é a época de chuvas na região de Salta, não que isso afetou nossos tours, pois não chovia nos desertos, mas chovia na cidade e nas estradas que conectam as quebradas.

Último fun fact: nesses meses é considerado o verão de lá, contudo, por conta das chuvas, as montanhas mais altas tinham neve! Neve no verão!!! Mas isso somente nas montanhas mais altas, nenhuma das altitudes que fomos encontramos neve (infelizmente).

Financeiramente a viagem não saiu cara, comparada ao tanto de dias que ficamos e a quantidade de lugares que visitamos. Lógico que fomos em uma época em que o real estava super valorizado comprado ao peso argentino, então isso ajuda muito. Eu diria para quem está pensando em ir pra Argentina em não se prender a ir somente para Buenos Aires. O norte do país é lindo e vale muita a pena conhecer! Pra mim foi o que valeu mais a pena, foi surreal.

Agora é só programar pra fazer o sul do país e ir conhecer a Patagônia.

Ana Luna

Fez intercâmbio, trabalha com turismo, viajou por aí e queria um espaço pra dividir suas experiências pelo mundo! Também é colaboradora do Maroon 5 Brasil

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2 Resultados

  1. JACO disse:

    o sul da Argentina indo ate o Ushuaia da para fazer uma viagem inesquesivel e muito em conta ………

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