Conhecendo o Farol Santander, em São Paulo

Na Quarta feira de cinzas tirei folga do trabalho e resolvi visitar o Edifício Altino Arantes, que hoje atende por Farol Santander. Este imponente edifício é visto de inúmeros pontos de São Paulo e já foi considerado um dos maiores prédios da capital paulistana. Após 2 anos fechado, o grupo Santander o restaurou e criou a visita para aqueles que se interessam pela sua história e as exposições ali montadas.

Antes de mais nada devo dizer que tenho verdadeiro fascínio por coisas antigas e pelo centro de São Paulo e sua arquitetura muitas vezes esquecida, degradada. Há muito tempo quero visitar tanto este que era o antigo Banespa, quanto o Edifício Martinelli, que fica ao lado, ambos no centro da cidade. Quando vi a propaganda, logo me programei para visitar o prédio que é um marco arquitetônico e econômico de São Paulo. Pois bem, logo no início da visita percebi que a euforia foi muita. Eu deveria ter esperado alguns meses para visitar o Farol.

A inauguração do Farol aconteceu em 26 de janeiro de 2018. Era nítido em vários pontos que havia desorganização para acessar os andares, bem como desencontro de informações dentre os monitores. Compramos a visita completa, pois eu queria ver tudo em detalhes mesmo. Primeiramente, caso você queira visitar o Farol, você pode comprar pela internet clicando aqui, ou até mesmo comprar na hora, no balcão de informações. Logo na entrada fui me informar de quanto tempo seria a visita e me disseram 40min. E claro, não pude deixar de observar o maravilhoso lustre no hall do prédio. Lindíssimo e digno de muitas fotos!

Conhecendo o Farol Santander

Fomos adentrar ao prédio e os identificadores dos códigos dos ingressos não funcionavam. Depois de algumas tentativas, conseguimos prosseguir. São 26 andares, porém só podemos acessar 10 andares e o Mirante – mesmo sendo a visita completa. Lembrando que o 25º andar que é o Loft simplesmente estava com as portas fechadas. Eles afirmam que a visita é guiada, porém não tivemos nenhum guia, só informavam se perguntássemos. A cada parada tínhamos que mostrar os ingressos. Eu coloquei os 3 ingressos no Wallet do celular, imaginem se a bateria acabasse? Isso acabou virando um transtorno a cada andar que parávamos – no total mostrei 30x os ingressos.

Conhecendo o Farol Santander

Logo no primeiro andar, adoramos a apresentação do vídeo que mostrou toda a história do edifício. Bingo! Era isso mesmo que esperávamos! A história daquele prédio tão emblemático e inspirado no Empire State. Fomos prosseguindo e nos deparamos com uma simulação super legal de como as pessoas abriam contas bancárias em 1950, pleno pós Guerra. Tudo isso em um cenário remontado com mesas e objetos da época.

Já no 4º andar você se depara com uma exposição de Vik Muniz, nome que tanto ouvi na época da faculdade. Ele representou a vista 360º do prédio através de objetos descartados da reforma do edifício e criou uma obra fantástica. Uma coisa que percebi – e que já devia acontecer há muito tempo – é que infelizmente as pessoas não se importam com exposições. Existe todo um painel explicando o conceito, a ideia, e as pessoas passam batido, elas simplesmente estão ali para fotografar. Isso para quem veio da área de humanas, aprendeu a apreciar exposições e entender conceitos, é muito triste. E no final ainda tivemos que escutar que não entenderam, ou até que não teve graça. Acredito sim que para muitas coisas deve haver um repertório para entender o que está apresentado naquele espaço, mas o desinteresse infelizmente ainda é grande em exposições e pontos culturais brasileiros….

Conhecendo o Farol Santander

No 5º andar o coração foi parar na boca, pois é o local mais conservado do Farol. Segundo a moça que ficava no andar, este era o andar da diretoria do Banco, onde todas as medidas mais importantes e reuniões eram ali decididas. Com aquele cheirinho de madeira e móveis lindos e conservados, eu esperava que muita coisa do prédio fosse naquele estilo. É possível conhecer as salas de reunião e duas salas com quadros de antigos e atuais nomes importantes da história.

Os andares 7, 8 e 9 não estavam abertos ao público, portanto tivemos que ir direto ao 22º andar, onde havia a exposição itinerante “Diurna”, de Laura Vinci, onde mostrava a indiferença da sociedade perante a natureza, contando inclusive sobre a origem do nome “Anhangabaú”. Interessante exposição, porém achei que não se encaixava com o tanto que o prédio tem a contar.. Neste mesmo andar, você já tem uma vista do que o mirante te espera.

Já no 23° andar encontramos a parte mais legal das exposições, onde você é convidado a entrar em uma câmara escura e aconchegar-se em puffs distribuídos pela sala, repleta de projeções coloridas no teto, que misturam som, cor e sensações. É super legal para relaxar e esquecer do mundo! Só não vale dormir – o que é muito fácil acontecer.

Conhecendo o Farol Santander

Pulamos o 21º andar que possui a pista de skate e logo após as exposições, chegamos ao Mirante. No mesmo andar você encontra o Café Suplicy. Não muito grande e um pouco desorganizado, os lugares ali são disputados. Portanto optamos por olhar a vista que nos esperava lá fora.

Sobre o Mirante em si, te digo que são duas grandes e estreitas varandas, onde você disputa espaço com outras pessoas que querem admirar a vista Oeste e Leste da cidade. Infelizmente o dia não estava com a melhor das caras – bem nublado aliás – mas garantiu ver algumas coisas. Minha imagem de Mirante neste edifício seria lá próximo da bandeira mesmo, no topo, onde teríamos uma vista 360º graus da cidade – vista essa representada por Vik Muniz, pelo jeito o único a ter o privilégio de enxergar a cidade daquele ponto.

Muito vento e até uma garoinha que incomodou, porém tão característica da cidade, tiramos algumas fotos e descemos até o térreo, onde ali próximo do Altino Arantes ainda tentei visitar o Martinelli, porém sem sucesso pois as visitas estão suspensas por enquanto. Minha recomendação é que sim, você vá conhecer o Farol Santander. Porém aguarde um pouco mais, talvez alguns meses, para ajustarem alguns pontos e quem sabe liberarem o tal Farol para podermos ver a cidade de um ponto mais alto do prédio. E vá em um dia ensolarado.

Ana Luna

Fez intercâmbio, trabalha com turismo, viajou por aí e queria um espaço pra dividir suas experiências pelo mundo! Também é colaboradora do Maroon 5 Brasil

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2 Resultados

  1. Caramba, Ana! Fiquei com a impressão de que eles ainda estão um pouco desorganizados.
    Quem sabe daqui a pouco melhore um pouco?
    Quando for a São Paulo irei querer conhecer com certeza!

    • Ana Luna disse:

      To na fé que tudo vai se ajeitar! Por isso acho que fui cedo demais.. vamos acompanhar! De qualquer forma, vale a visita Amanda 🙂 pode incluir no roteiro!

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